Portugaises
«Em 1868 dá-se um curioso episódio marítimo, que além de ter feito história, deu o seu contributo para as ciências naturais e, para a alimentação dos europeus. O navio Morlaisien, para escapar a uma tempestade, sendo apanhado por esta numa travessia com ostras de Setúbal importadas por França a Portugal, refugia-se nas tranquilas águas do Sul de Bordéus. Tendo escapado da tempestade, a carga não sobreviveu, porque o tempo fez das ostras cadáveres. O Capitão acabou por atirar as ostras borda fora, dado o facto de estarem impróprias para consumo. «A verdade é que nem todas estariam mortas e, estas que permaneceram vivas começaram a reproduzir-se a uma velocidade muito superior às nativas de Arcachon. Os franceses carinhosamente apelidaram-nas de les portugaises, imortalizando o episódio e, as ditas ostras. «Com a ajuda de uma epidemia animal (vírus) e com o fim da primeira Grande Guerra, as ostras francesas quase foram dizimadas, tendo as portuguesas de Arcachon sido as Rainhas da mesa até 1966, altura em que os vírus encontraram o caminho até às nossas ostras. O negócio português foi ao fundo. Com o tempo, as coisas recompuseram-se, mas durante anos e anos as nossas ostras foram afastadas e proibidas na fausta culinária francesa. «O que a natureza tem de bom, é que sempre cuida das suas preciosidades. E como quem não quer a coisa, sarou o mal das ostras. As portuguesas encontram-se entre as mais genuínas e apaladadas do mundo! Orgulhosos? Muito! Existem actualmente novas e saborosas formas de cozinhar e preparar as ostras, mas o que realmente importa é que a produção de ostra nacional terá novamente assento em Paris, dia 5 de Outubro (coincidência de datas bastante curiosa?), sendo dadas a degustar ao público mais exigente.» do blogue Puro Veneno |
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