S.Paulo
Convento de S. Paulo - fotografia de Silvertree
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A zona de S. Paulo, com os seus dois conventos em ruínas e zona verde constitui um dos poucos espaços naturais de Setúbal capazes de funcionar como um parque verde para a prática de desporto, passeio, visitas pedagógicas, etc. Grande parte da Quinta de S. Paulo foi adquirida pela Associação de Municípios do Distrito de Setúbal (AMDS), aproveitando uma operação urbanística que a trouxe à propriedade da Câmara Municipal de Setúbal, que depois a vendeu à AMDS.
Apesar das expectativas criadas no sentido de equipar aquele espaço para uso da população, continua tudo na mesma: existe um pequeno Parque de Merendas, o acesso aos conventos encontra-se condicionado, com os velhos caminhos a serem tomados de assalto pelas silvas. Apenas um pequeno número de Setubalenses ali se dirige durante os fins-de-semana, em grande parte dos casos apenas para fazer limpezas às viaturas. O desporto ali praticado resume-se a partidas de futebol amador num campo improvisado. Também é verdade que, se mais viaturas se dirigissem para ali, não haveria estacionamento em condições para as acolher. A AMDS utiliza a zona da quinta agrícola apenas para reuniões de trabalho.
Em Setúbal têm-se perdido muitas oportunidades para desenvolver a transição e a acessibilidade entre a cidade e o campo envolvente. Os casos mais chocantes foram, sem dúvida, a autorização da construção de edifícios no topo poente da Avenida Luísa Todi, bem com a monstruosa vedação construída em torno do Convento de S. Francisco, em ambos os casos impededindo o acesso natural da cidade à Arrábida. No caso da zona de S. Paulo não se trata tanto de destruição de uma oportunidade, mas mais do seu desaproveitamento. Deveriam ser criadas condições para o acesso e estacionamento de automóveis àquela zona mas, sobretudo, deveria investir-se no acesso pedonal e por bicicleta. Deveriam ser criados e mantidos circuitos pedonais e ciclovias na zona verde, bem como centros de interpretação da vegetação natural e dos conventos ali construídos. A AMDS, actualmente sob a forma de Associação de Municípios da Região de Setúbal, tem a obrigação de o fazer, mas os setubalenses têm, também, o dever moral de o exigir e apoiar.
4 Comments:
Este blog é muito interessante. Parabéns
Obrigado pelo comentário.
É uma pena porque o parque de S. Paulo, até é bonito, infelizmente como muitas zonhas de setubal, são mal aproveitadas ou deixadas ao abandono
Penso que não existe um levantamento arquitectónico das construções na Quinta de S. Paulo, pelo que proponho, à semelhança do que se fez no ano lectivo passado com o Convento da Arrábida, a sua execução no âmbito da Cadeira de Técnicas Tradicionais de Construção.
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