Saturday, February 10, 2007

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Rua dos Mareantes, Setúbal.

2 Comments:

At 8:11 pm , Blogger ac said...

Quem se lembra ainda da "púdica" razão do Estado Novo para substituir o nome da Rua de «Rua de João Galo» para «Rua dos Mareantes», deixando embora a memória do João Galo na travessa que liga a Rua dos Mareantes à Rua da Alfândega, nas traseiras da biblioteca.
E, já agora, este é mais um dos muitos postigos que se abria na face Sul da muralha medieval.

 
At 10:48 am , Blogger ac said...

A toponímia setubalense celebra algumas personagens que já não estão presentes na memória colectiva. Ou, melhor dizendo, no meu conhecimento da memória colectiva. Lembro-me, ao acaso, de Romão Dias e João Landrob.
Quem foi João Galo não sei.
Talvez os arquivos camarários o revelem. Talvez a memória se tenha perdido para sempre no incêndio de Outubro de 1910.
A verdade é que foi personagem que justificou a atribuição do seu nome a uma rua.
Em 1962, o Governo de Salazar decidiu ilegalizar a prostituição tendo aprovado e feito publicar o Decreto-Lei n.º 44 579, de 19 de Setembro, que determinou que «É proibido o exercício da prostituição a partir de 1 de Janeiro de 1963».
Ora, se a memória não me está a trair, residiam nessa rua algumas «toleradas», ou «matriculadas», eufemismos que, entre outros, eram utilizados para designar as prostitutas em tempos em que o abolicionismo não tinha prevalecido sobre o regulamentarismo.
Era rua que, rapazinho, me recomendavam que não percorresse.
Ilegalizada a prostituição, a Câmara decidiu mudar o nome à rua, procurando, imagino, varrer da memória os vestígios da actividade que aí se desenvolvia.
Terá alguém a oportunidade – que um emigrado em Lisboa não consegur ter - , e o tempo, para consultar a documentação da Comissão de Toponímia da Câmara Municipal de Setúbal e confirmar ou não esta memória?
E, já agora, não resisto a citar, sem mais comentários, porque deles não carece, o texto do último parágrafo do preâmbulo do decreto-lei que referi, assinado por algumas personagens ainda hoje vivas:
«Não se espera que as medidas preconizadas levem ao desaparecimento de prostitutas, pois as continuará a haver em Portugal, como, na prática, as há por todo o Mundo, no momento presente. Mas, além do mais, dar-se-á o grande passo de proibir e colocar sob a alçada da lei toda a complicada engrenagem que actualmente as explora, o que já se afigura muito importante.»

 

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