Tuesday, December 04, 2007

Região de Setúbal

fotografia alojada em www.flickr.comO jornal Público de hoje refere a possibilidade de a próxima proposta de regionalização eleitoral do país poder seguir o modelo representado no mapa reproduzido ao lado. Trata-se de uma proposta antiga do governo, de 1990, mas que não chegou a ser aprovada. O PS e o PSD poderão agora utilizar esta proposta nas suas próximas negociações sobre a regionalização.

Para a região de Setúbal esta proposta pode ter o interesse da criação de uma nova unidade regional que recupere para a nossa região os concelhos a sul. Eu tenho defendido, já há bastante tempo, que foi um erro a constituição da "Península de Setúbal" como sub-região da Área Metropolitana de Lisboa, fazendo-nos "perder" os concelhos do sul do Distrito, tornando-nos numa região "rica" em termos meramente estatísticos (por causa das distorções empresariais de Lisboa, sede de muitas empresas que lá não produzem nada), fazendo-nos perder ajudas comunitárias. Mas não é essencialmente uma questão de apoios comunitários: o Distrito de Setúbal representa uma região natural com uma história e geografia próprias, centrada no rio Sado e na excelência da costa Atlântica, que devemos preservar e valorizar. A integração da Pensínsula de Setúbal na região de Lisboa quebrou esta unidade e ameaça transformá-la num arrabalde da capital do país.

A proposta que aparece neste artigo do jornal Público define duas regiões com o nome Setúbal:
  • "Setúbal Norte", com os municípios de Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo e Seixal;
  • "Setúbal Sul", com os municípios de Alcácer, Grândola, Palmela, Santiago do Cacém, Sesimbra, Setúbal e Sines.

    Não me parece bem esta divisão, ligando "Setúbal Norte" a Lisboa e "Setúbal Sul" ao Alentejo litoral, mas percebo a sua lógica: os concelhos desta "Setúbal Norte" talvez se sintam já como pertencendo a Lisboa, e talvez se queiram diluir nessa "cidade com duas margens". A mim parece-me um erro, mas é algo que essas mesmas populações devem decidir. Creio que seria preferível constituir uma região coincidente com o distrito de Setúbal. Mas, do mal o menos: se não for possível, então que se constitua uma região de Setúbal com os 7 municípios que formam a costa atlântica a sul da Lagoa de Albufeira, mais Palmela. Oportunamente desenvolverei um pouco mais esta ideia.

    Este debate, ou negociação, diz respeito, para já, apenas à criação de circulos para o novo modelo eleitoral, e é provável que estas propostas (ou as que vierem a ser apresentadas) decorram apenas de interesses partidários e de uma engenharia eleitoral com objectivos meramente eleitoralistas. No entanto, os políticos terão de os fundamentar. Terão de justificar porque é que para o modelo administrativo apresentam umas regiões, e outras para o modelo eleitoral, e esta será uma oportunidade para se discutir quais são verdadeiramente as regiões naturais de Portugal.

    [texto modificado]

  • 2 Comments:

    At 11:00 pm , Blogger templario said...

    Enviei um comentário. Onde está ele?
    Não ofendia ninguém.

    Dava a minha opinião.

    E são vocês jovens? Pelos vistos com os defeitos dos velhos...

     
    At 7:36 pm , Anonymous Anonymous said...

    J.A., não entender que os concelhos a norte da península, sociologicamente nada têm que ver com Setúbal, é que é um enorme erro!
    Só quem não conhecer a realidade desses concelhos se admirará!
    Na minha opinião até iria mais longe, já que sou partidário da formação de um mega distrito de Lisboa, área metropolitana ou região metropolitana ou seja o que for. Principalmente englobando os concelhos de Almada e Seixal.
    Quer se queira quer não, Lisboa hoje tem uma zona sul. Li algures, que não é por acaso que já se pensou inclusive em transferir certos organismos estatais para essa margem (ministérios e afins).

     

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